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Em PASSOS, 2014, um tablado-corredor está imerso na penumbra (que vai tornando-se mais e mais escura), onde anda uma mulher de idade indefinida. Suas roupas são recatadas (quase sentimos o cheiro de naftalina nelas). Ela conversa com uma voz em off. Quem? Em um primeiro momento, reconhecemos, na voz, sua mãe (morta?). O caráter da cena é fantasmagórico. Ela anda de um lado para o outro. Nove passos, rigorosamente. Quase um metrônomo (e esta é a indicação de Beckett, como em outras peças. A precisão é necessária). A cada marcação da campainha, nossas certezas se desfazem: com quem mesmo ela conversa? E quem é ela? E em que plano está? Está viva? Morta? Incorpora seus tantos fantasmas? A quem se dirige a voz em off?

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